1 – Desmistificar a ideia de que Machado de Assis é incompreensível ao leitor.
2 – Perceber as diferentes temáticas desenvolvidas por Machado de Assis por meio da leitura de diferentes contos.
3 – Perceber como Machado de Assis se vale da ironia e do ceticismo para revelar as mazelas sociais.
4 – Amadurecimento no nível de leitura e aprimoramento da visão não narcisista.
PROCEDIMENTO: A turma será dividida em sete grupos de alunos. Cada grupo, por meio de sorteio, ficará responsável pela leitura de um conto machadiano. Na apresentação em sala em data a ser definida, cada grupo deverá:
a) Apresentar o conto como um todo, em forma de resumo;
b) Que intenções Machado de Assis tinha quando escreveu o conto;
c) Analisar duas situações em que Machado ironiza.
d) O que está sendo tematizado/criticado;
e) Aplicar a situações do cotidiano o que está sendo trabalhado por Machado;
f) Entregar para cada aluno da turma um roteiro da apresentação.
OBSERVAÇÕES:
1 – Valor da atividade: 3,0 pontos no terceiro bimestre.
2 – Haverá dois momentos de verificação de etapas de preparação do trabalho para que a qualidade da apresentação seja assegurada em data a ser marcada. A primeira constará da resolução das questões constantes no blog www.pherrocha.blogspot.com. A segunda, uma prévia da apresentação. As etapas serão computadas para efeito de pontuação total.
3 – Todos os contos estão disponíveis para livre download no site http://www.dominiopublico.gov.br/
4 – Eventuais alterações no cronograma e orientações poderão ser feitas para atender a situações específicas.
Machado de Assis - contos:
A igreja do diabo
Conto da Escola
Jogo do bicho
Missa do Galo
O caso da vara
O empréstimo
O enfermeiro
O espelho
A cartomante
QUESTÕES PARA REFLEXÃO (PRIMEIRA ETAPA DE VERIFICAÇÃO)
A IGREJA DO DIABO
1) O conto apresenta um enredo aparente simples: o Diabo quer organizar uma igreja. Para tanto, vai até Deus, troca ideias com ele e parte para sua empreitada.
a) Qual é o principal argumento usado pelo Diabo em relação à sua proposta?
b) E que estratégias o Diabo irá usar para arrebanhar fieis? Que princípios o Diabo defende?
2) O tempo passou, sua igreja cresceu. Contudo, uma surpresa.
a) Que surpresa é essa?
b) E o que a provocou?
c)Por que o Diabo não contava com isso?
3) Trazendo para situações do cotidiano, faça uma aplicação prática em relação ao que responde à questão 2, com um todo.
CONTO DA ESCOLA
1) O conto mostra o cotidiano em uma sala de aula em uma manhã de maio de 1840. A partir do que é colocado, faça um paralelo entre a escola descrita e o CEMTN.
2) Os personagens machadianos são trabalhados de tal forma que a sociedade esteja representada tal qual é. É evidente que há nessa representação uma dose de subjetivismo, sendo que esta é diferente do subjetivismo romântico. De alguma forma, o objeto é representado de uma forma muito mais próxima do real do que esse mesmo objeto, no romantismo. Nesse sentido, aponte, a partir do conto em estudo:
a) Uma situação em que o narrador se vale da falsa modéstia.
b) Uma situação em que o professor não age conforme ele ensina.
c) O verdadeiro valor da “pratinha”.
d) Os diferentes interesses envolvidos a partir da “pratinha” por parte dos três alunos envolvidos.
e) A dinâmica da delação.
3) A partir do trecho final ”E contudo a pratinha era bonita e foram eles, Raimundo e Curvelo, que me deram o primeiro conhecimento, um da corrupção, outro da delação.” e o título do conto, como a ironia machadiana se revela?
4) Cite duas situações do nosso cotidiano em que as chagas sociais reveladas por Machado nesse conto se apresentam.
JOGO DO BICHO
1) O conto traz a temática um jogo, hoje considerado contravenção penal. O jogo do bicho foi criado pelo barão de Drummond, proprietário do primeiro Jardim Zoológico do Rio de Janeiro. O barão passou a estampar um animal em cada ingresso e, se o animal fosse o sorteado, o visitante poderia ganhar até vinte vezes o valor do ingresso. Atualmente, a aposta é feita em bichos ou números, a partir de uma lista de vinte e cinco animais.
a) O que levou Camilo (ou Camilinho) a jogar?
b) Quando Camilo ganhou pela primeira vez, ele parou ou não de jogar? Quais foram suas motivações para tal decisão?
2) Não há muita lógica em Camilo convidar o bicheiro para ser padrinho de seu filho, já que não havia uma grande amizade. Contudo, na cabeça de Camilo, havia uma lógica específica. Qual era essa lógica?
3) Ao longo da narrativa, observa-se que Camilo devia mais de 600 mil réis. Entretanto, consegui ganhar 105 mil e chegar em casa com apenas 38 mil. Explique a observação do narrador quando afirma que Camilo também “com os embrulhos e a alma nas mãos”.
4) A realidade apresentada no conto é ficcional. Entretanto, é possível aplicá-la ao hoje. Dê um exemplo prático.
MISSA DO GALO
1) O conto retrata uma noite de natal na casa do casal Conceição e Meneses. Ao longo da narrativa, o autor retrata o papel feminino na época.
a) A partir de Conceição, como a mulher era vista naquela época?
2) Nogueira estava hospedado na casa do Meneses. Na noite de Natal, Nogueira deseja ardentemente participar da Missa do Galo na Corte. Mas ele quase perdeu a hora.
a) Por quê?
b) E o que fez Nogueira lembrar-se da Missa?
3) Ao longo da narrativa, Conceição se transforma. Observe como ela é apresentada pelo narrador e como ela se comporta quando conversa com o próprio narrador. Nesse sentido:
a) Cite duas mudanças no perfil psicológico de Conceição. Comente.
4) Por fim, a narrativa é aberta. Permite ao leitor completar os vazios a partir da própria experiência. Cada um de nós se torna um leitor-autor. O texto não diz. Apenas sugere. Pensando nisso:
a) Dê dois exemplos de vazios que você completou ao longo da leitura. Comente.
5) Cite um exemplo do cotidiano em que diálogos ‘vazios’ acontecem.
O CASO DA VARA
1) O conto traz à lume a situação de alguém que não possui a mínima vocação religiosa. Damião, frustrado com a ideia de tornar-se padre, foge do seminário e procura ajuda em Sinhá Rita.
a) Porque Sinhá Rita foi a escolhida por Damião?
2) A escravidão, tema recorrente para a época, transcende para o universal. Isto é, vai além da cor da pele.
a) No conto, como aparece a escravidão (no sentido político, governamental)?
b) E as outras escravidões presente no conto que transcendem a resposta ao item anterior?
3) Como você agiria caso você estivesse no lugar de Damião em relação a Lucrécia. Você abriria mão de um projeto pessoal a favor de outrem? Comente.
O EMPRÉSTIMO
1) O conto em pauta ilustra situações possíveis de serem vividas por qualquer um de nós. No caso, como se sair de situações delicadas.
a) Que situação é essa que envolve Vaz Nunes e Custódio?
b) Quem são os envolvidos?
2) Até que ponto o tabelião Vaz Nunes responde aos anseios de Custódio com sinceridade? Ou foi estratégia para fugir da situação? Justifique sua resposta.
3) No final do conto, Custódio consegue 5000 réis emprestados quando, ao início, desejava 5 contos ou 5.000.000 réis. Como você explicaria a nova reação de Custódio?
4) É possível estabelecer relações entre o caso e situações que vivemos atualmente. Cite um exemplo e comente.
O ENFERMEIRO
1) Procópio Valongo, próximo da sua morte, relata um caso vivido por ele quando cuidou do coronel Felisberto, na condição de enfermeiro.
a) O que motivou ao narrador-protagonista aceitar o convite para cuidar do coronel?
b) Porque o coronel escolheu o narrador-protagonista como único beneficiário de um testamento?
2) Há uma inversão de polos ao longo da narrativa envolvendo o enfermeiro e o coronel. Nessa inversão, percebe-se a presença das máscaras. Considerando a expressão MOCINHO x BANDIDO:
a) Quem começa como mocinho se torna bandido? Por quê?
b) Quem começa como bandido e se torna mocinho? Por quê?
3) Como a política brasileira pode ser relacionada a partir do conto em análise?
O ESPELHO
1) Jacobina, durante um encontro em que ele e mais quatro amigos participavam para discutir questões de alta transcendência, um dos temas era a alma. Instigado a opinar, uma vez que raramente falava, Jacobina defende a ideia de que existem duas almas: uma alma interior e uma alma exterior. Segundo ele,
a) Como se caracteriza a alma interior?
b) E a alma exterior?
2) Na construção da sua argumentação, Jacobina se vale de alguns argumentos: o primeiro refere-se à laranja; o segundo, ao judeu; o terceiro, sobre a mulher que tinha sua alma externa bastante volúvel. Por fim, se vale de sua própria experiência de vida ocorrida há alguns anos atrás, aos vinte e cinco anos de idade.
a) Que experiência de vida marcou sua progressão social?
b) Como os seus amigos e sua tia Marcolina encaravam essa experiência?
c) O que significa as seguintes expressões, à luz do psicológico de Jacobina? “Eu pedia-lhe que me chamasse Joãozinho, como dantes; e ela abanava a cabeça, bradando que não, que era o "senhor alferes". / “Na mesa tinha eu o melhor lugar, e era o primeiro servido”
3) Já na nova função, Jacobina precisou tomar conta do sítio da tia em função de problemas de saúde com uma parenta. Consequentemente, uma nova experiência será vivida. Sobre a experiência:
a) Explique o desdobramento da solidão sentida por Jacobina ao longo do que ele narra aos amigos.
b) Qual é o papel do espelho na casa e de que forma esse objeto contribui ou não para a solução da angústia sentida por Jacobina?
c) O uniforme militar se relaciona ou não ao espelho? Justifique.
4) De que forma a experiência de Jacobina pode ser aplicada a cada um de nós? Dê um exemplo.
A CARTOMANTE
1) O conto narra um triângulo amoroso entre Rita, Camilo e Vilela. No entanto, o título não faz referência ao adultério.
a) Na sua opinião, por que Machado optou pelo título “A Cartomante” se nem o nome dela sabemos?
b) Algo que chamou a atenção de Rita por Vilela foi seu jeitão galanteador. Entretanto, algo mais uniu Rita a ele. O que foi?
2) O casal adulterino encontrou a morte como resposta aos seus desejos.
a) Que fatores contribuíram para que esse romance prosperasse? Cite, pelo menos, dois.
b) De que forma a cartomante contribui para a tragédia?
3) Você já justificou algum erro seu a partir da conduta de outra pessoa? Comente.