A inferência que a televisão tem na vida de todos diz muito de nós: revela a educação doada pelos pais a seus filhos. A TV virou babá, quado, não, o irmão mais novo. A correria dos pais os distancia até da vida escolar dos pequenos. Escolas tentam esclarecer a respeito do poder dos livros, do teatro, do quase extinto recreio. Não vale dizer que tais medidas seriam censura. Alguém deve dar limites à qualidade televisiva.
Apesar de pesquisas errarem tanto quanto acertam, o fato é que um estudo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, feito em 2010, causa espanto: perguntaram a um grupo de crianças se prefiririam parar de ver televisão ou não mais conversar com os pais. Um terço preferiu a última opção.
Indubitavelmente, se os pais passam os dias de semana "fora", a companhia da TV chega, antes por uma carência que por necessidade: ela se abriga em lares por 25 horas semanais, em média.
Tvs (chamadas menores) que prezam a qualidade, em vez da quantidade, existem, mas precisam se fortalecer. E o público quer? No começo de fevereiro, voltam as aulas. É quando os professores vão concorrer com escolas de samba e rebolados, brothers, que de big não têm nada, e com uma enxurrada de desenhos animados (para adultos). Se isso passar pelo crivo dos pais, no final da conta virá alta.
Texto: Samuel Guimarães - Revista Leitura - fevereiro de 2011 - ano 6 - nº 41 - página 5
É isso aí. Apesar das circunstâncias pessoais, não podemos permitir que a televisão, o computador ou qualquer outro meio de lazer nos domine. Por outro lado, sermos escravos do dever também não é legal. É importante que tenhamos o comando sobre nossas decisões, principalmente quando há o choque entre o que eu quero e o que eu necessito fazer. É quando entra o bom senso, o equilíbrio.
Por isso somos humanos.
Um abraço.
Fernando