Há dez dias, refleti sobre as diferentes nuances relativas ao que se fala em oposição ao que se faz envolvendo o meio ambiente.
Hoje, gostaria de aprofundar essa discussão por meio da pergunta que dá título ao que transcorrerá nas linhas abaixo tendo em mente a comunidade que passa a maior parte do dia comigo, de oito a oitenta anos.
Caminhemos, então.
Uma pessoa que viveu inserida no ambiente escolar por, no máximo oito anos, sabe que o chão de um auditório não é o lugar para se depositar papéis, copos descartáveis e vasilhames contendo refrigerante ou não. Pois é. Uma garrafa pet de Mineirinho na posição deitada acompanhada de copos descartáveis vazios sob cadeiras de um auditório foram notadas. E isso em um lugar onde só cabem cerca de cento e vinte pessoas e é usado ocasionalmente. Como deve ser uma sala de cinema localizada em um Shopping Center em relação a alimentos ingeridos? Só encontro uma resposta para esse tipo de procedimento: se cada um de conservar consigo seu lixinho e acondicioná-lo em uma lixeira (desculpe-me o pleonasmo), funcionários que fazem limpeza perderão seus postos de trabalho. Desemprego, to fora.
Uma pessoa que trabalhou em um ambiente escolar por, no mínimo oito anos, é ciente de que lâmpadas fluorescentes tubulares - daquelas compridas - possuem em seu interior elementos químicos que prejudicam a saúde das pessoas e o solo. Também é ciente de que esses objetos devem ser descartados em locais que possam apontar para uma reciclagem futura. Lâmpadas como as citadas foram vistas na grama próximo – e pelo lado de dentro – a um portão de entrada de carros. Possivelmente, a justificativa para tal atitude passa pela dificuldade no manuseio, pois um acidente é possível. E como fica a integridade física do funcionário da limpeza urbana? E do catador de lixo? Cada um por si, e Deus por todos.
Ufa! Já estou cansado de caminhar e ainda faltam considerar as queimadas em detrimento do acondicionamento do lixo, o uso abusivo da água ao invés de fechar a torneira ou controlar o fluxo, as luzes acesas sem necessidade, entre outras paisagens que poderíamos contemplar se não parássemos aqui. Descansemos. Depois, continuamos.
Há vinte anos, aconteceu no Brasil a ECO 92. Hoje, o Rio+20. Em 2032, teremos o Rio+40; depois, o Rio+60, Rio+80, o Rio+, o Rio, o.
E quantas conferências ecológicas precisarão acontecer para que eu e você transformemos o cinza em verde?
Fernando Fernandes