IMPRESSÕES
Ainda pelas minhas andanças pela Asa Sul, em um dos momentos da fuga de casa em meio à pandemia que assola a cada um de nós, deparei-me com o cenário acima. Um órgão público do GDF, entre a edificação e o estacionamento.
Que vontade eu tinha de estar ali. Antes, porém, registrei a cena digitalmente. “Que mico!”, Pensei. Hesitei. Por fim, desfrutei meu carpe diem em um daqueles assentos.
'Carpe Diem' e 'Locus Amoenos' - você deve se lembrar - são expressões latinas utilizadas na literatura para traduzir a experiência de viver seu sonho em um local aprazível. Exatamente o que a mídia propaga ao divulgar suas viagens paradisíacas e, por extensão de significado, no desejo de posse de determinado bem (automóvel, celular, etc).
Por outro lado, lembrei-me dos versos de Vinícius de Morais: Como a criança que vagueia o canto / Ante o mistério da amplidão suspensa / Meu coração é um vago de acalanto / Berçando versos de saudade imensa. Sim. É o vazio de algo necessário na alma do eu lírico ou algo que precisa preencher esse 'vago de acalanto'.
Por fim, sem nada combinado de véspera, enviei a imagem acima para o WhatsApp da minha esposa e pedi-lhe que respondesse à seguinte pergunta: O que vem ao seu coração a partir da imagem?
E a sua impressão sobre os dois bancos em ângulo de 90 graus chegou até mim, palavras transcrevo:
“O silêncio ambiental mostra como dói não ver e ouvir a voz de outra pessoa. Muitas
vezes, ficamos presos a padrões que a sociedade nos impõe e nos esquecemos do mais importante que é o relacionamento saudável entre nós, seres humanos.
Com a pandemia, estamos nos sentindo assim, como a imagem dos bancos seriados por uma grama ou uns passarinhos que aparecem para alegrar o ambiente que, um dia era cheio de calor humano. E hoje, resta só o vazio”.
O que vem ao seu coração a partir da imagem?
Fernando fernandes
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