APARÊNCIAS
Nas minhas andanças pela Asa Sul, deparei-me com
uma árvore um tanto diferente. Caule grosso, alta, grande copa. Pela imagem, dá
até vontade de usufruir do seu frescor, relaxar à sombra.
O que há de diferente mesmo nela é o
que eu, no meu senso comum, chamei de minicaule. São muitos. Sinceramente, não
fui atrás de qualquer suporte na área da Botânica para que a poesia presente
nesse encontro não se perdesse. Como o primeiro beijo, a primeira saída de casa
sem a companhia de algum familiar ou o primeiro dia de trabalho, precisava
maturar esse encontro.
De pronto, imaginei essa árvore ser
provida de grande força, a ponto de suportar vendavais, tempestades. E ela
continua onde está. Mais tarde, voltando à cena inicial por meio do pensamento,
considerei a possibilidade de que sua aparência de solidez pudesse mascarar
alguma fraqueza interior. Novas imagens vieram a mim, dessa vez de outras
árvores que aparentam simplicidade. Contudo, são de uma resiliência enorme.
Por fim, o óbvio por trás da cena.
Agora, em relação a nós, humanos.
A avaliação feita ao próximo em
função da aparência é passível de enganos. Não importa o critério utilizado.
Cada um de nós possuímos pontos fortes e pontos fracos, virtudes e defeitos. Daí
a importância de considerar nosso semelhante tão bom, tão especial quanto nós
mesmos.
De onde menos esperamos, nosso
pedido de socorro é atendido.
Fernando
Fernandes
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