terça-feira, 8 de junho de 2021

Aparências

 

APARÊNCIAS

 

 



 

            Nas minhas andanças pela Asa Sul, deparei-me com uma árvore um tanto diferente. Caule grosso, alta, grande copa. Pela imagem, dá até vontade de usufruir do seu frescor, relaxar à sombra.

            O que há de diferente mesmo nela é o que eu, no meu senso comum, chamei de minicaule. São muitos. Sinceramente, não fui atrás de qualquer suporte na área da Botânica para que a poesia presente nesse encontro não se perdesse. Como o primeiro beijo, a primeira saída de casa sem a companhia de algum familiar ou o primeiro dia de trabalho, precisava maturar esse encontro.

            De pronto, imaginei essa árvore ser provida de grande força, a ponto de suportar vendavais, tempestades. E ela continua onde está. Mais tarde, voltando à cena inicial por meio do pensamento, considerei a possibilidade de que sua aparência de solidez pudesse mascarar alguma fraqueza interior. Novas imagens vieram a mim, dessa vez de outras árvores que aparentam simplicidade. Contudo, são de uma resiliência enorme.

            Por fim, o óbvio por trás da cena. Agora, em relação a nós, humanos.

            A avaliação feita ao próximo em função da aparência é passível de enganos. Não importa o critério utilizado. Cada um de nós possuímos pontos fortes e pontos fracos, virtudes e defeitos. Daí a importância de considerar nosso semelhante tão bom, tão especial quanto nós mesmos.

            De onde menos esperamos, nosso pedido de socorro é atendido.

 

                                    Fernando Fernandes

 

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